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sexta-feira, 18 de junho de 2010

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Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

Só de Sacanagem De Elisa Lucinda

quinta-feira, 17 de junho de 2010

XD


"Mas porque será que ele tem esse perigoso costume de continuar nascendo? Quanto mais o insultam, manipulam, traem, mais nasce. Ele é o mais nascedor de todos. Não será porque dizia o que pensava e fazia o que dizia? o que sentia? Não será que por isso continua sendo tão extraordinario, em um mundo onde as palavras e os fatos raras vezes se encontram, e quando se encontram não se cumprimentam porque não se reconhecem?"

Calica Ferrer, sobre o comandante Ernesto Che Guevara.


Companheiro de LUTA !

Hasta La Victoria Siempre

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A última Crônica


A útima crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês.

O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."

Fernando Sabino

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Vida...

A vida são deveres que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas…
Quando se vê, já é sexta-feira…
Quando se vê, já terminou o ano..
Quando se vê, passaram-se 50 anos…

Agora, é tarde demais para ser reprovado.

Se me fosse dado um dia,
outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho
a casca dourada e inútil das horas.

Dessa forma, eu digo:
não deixe de fazer algo que gosta devido a falta de tempo.

A única falta que terá será desse tempo que infelizmente não voltará mais.

Mário Quintana





Realmente, o tempo não volta, o tempo não pára, e a vida, como diria Cazuza, é breve. Vida louca, vida breve…


Um BeijO

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Copa do Mundo


Copa do Mundo 2010

Há exatamente 1 dia da abertura oficial da Copa do Mundo na África, tinha que postar algo sobre o assunto...
O que sabemos sobre a África do Sul? Que é um país pobre, que sofre com doenças, que é explorado, alias que sempre foi explorado, que vai sediar o campeonato... Ah será que sabemos tudo isso mesmo? Ou menos que isso?
O assunto bomba a todo o momento nos meios de comunicação... Eu particularmente confesso que amo futebol, e sinto aquela emoção de 4 em 4 anos.. Porém o país escolhido desta vez me trouxe um pouco de preocupação, pois aquele país que sempre foi esquecido, e até escondido ia aparecer de uma forma que não é agradável. Uma Copa do Mundo traz grandes investimentos sim, atrações turísticas e tudo mais, o que é bom e importante pra qualquer país do mundo, que a África não tem, em quase ou nenhum quesito... Minha preocupação é na questão do país sempre ter sido excluído de bens comuns... hoje também circula na imprensa essa preocupação de políticos “senhores” que se aproveitam para “se aproveitar dos outros” dos nossos irmãos africanos... Fiquemos de olho... 2014 é Brasil !
Hoje minha prece são por eles ... pra que aproveitem o momento de grande importância pra aquele povo...que sempre sofreu e que hoje se mostra com tanta raça!
Vamos África mostre seu rosto, suas cores... seu desejo !

Indo...e vindo..


Um dia virarei vento
e me reintegrarei ás matas,
embalada pelos sons das águas prateadas
recebida pelos ancestrais guardiãos.
E então também poderei lutar
para proteger os seres vivos,
fauna, flora e gentes,
ancestrais de minha Poesia.

Clevane Pessoa.


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Não sou nenhuma escritora, artista, poeta, nem crítica.
Sou uma menina,que busca a realização pessoal, e humanitária...
Que não se contenta com coisas impostas,
Que busca respostas aos anseios, dúvidas, dores, e vômitos
Gosto de ler, de discutir e de ouvir
Gosto da natureza (principalmente das flores *-* ), de crianças, e de dançar muitoooooo!

Acredito numa juventude que é protagonista, podendo mudar o mundo!

Criei esse Blog pra dividir alguns sonhos e anseios.